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Solte-se : Viva intensamente o aqui e agora

Atualizado: 6 de fev.

Você se sente preso a alguma situação ou pessoa do passado?

Talvez tenha sido um relacionamento que deixou marcas profundas, pelas dores ou pelas alegrias compartilhadas. Ou talvez seja o constante questionamento sobre como as coisas poderiam ter sido diferentes se você tivesse agido de outra forma, ou ainda, o sentimento de ter sido tratado injustamente.


Quando ficamos ancorados no que já se foi, estamos resistindo ao presente. A vida é uma jornada de mudanças constantes, como o eterno ciclo do nascer e pôr do sol, onde seres nascem, vivem e partem, e a transformação é uma constante. Ao nos prendermos ao passado, nos afastamos do fluxo natural da vida, perdendo de vista outras pessoas e oportunidades que o presente oferece.



A resistência nos paralisa e nos fecha para novas experiências. É como se estivéssemos agarrados a uma rocha em meio a um rio em constante movimento, recusando-nos a seguir adiante. Ao nos prendermos àquela rocha, nossa visão fica limitada, ignorando todo o potencial ao nosso redor. A correnteza, ao bater nas pedras, nos impõe sua força, e acabamos recebendo o impacto dela, sufocados e lutando para manter a cabeça fora d'água. Este ciclo vicioso nos consome, pois estamos constantemente tentando nos adaptar à correnteza.


O que muitas vezes não percebemos é que é o nosso próprio apego que nos causa sofrimento. Grande parte das dores humanas está enraizada no apego, que nos tira do momento presente. Criamos narrativas internas sobre como a vida deveria ser para nos sentirmos felizes, alimentando expectativas que apenas nos afastam da realidade do agora. Resistimos ao presente por não corresponder às nossas idealizações, e assim, geramos dor no único momento em que verdadeiramente estamos vivos: o aqui e agora.


Ao nos fecharmos para o que a vida nos oferece, por não ser como queríamos, entramos em conflito com ela, como crianças mimadas que fazem birra. Nos queixamos, choramos, gritamos, esperneamos, exigindo o que achamos necessário para a felicidade. No entanto, ao agir assim, nos tornamos irritantes e podemos nos isolar ou até mesmo criar conflitos com os outros. Criamos expectativas em relação ao futuro, alimentando a ilusão de que algo ou alguém nos trará a satisfação desejada.


Tudo isso gera um imenso sofrimento, simplesmente porque não conseguimos nos libertar.


Mas de onde vem essa resistência? Ela surge da nossa baixa tolerância à frustração e à incerteza da vida. Preferimos lidar com dores conhecidas a nos aventurarmos no desconhecido. A frustração surge quando algo nos impede de alcançar nossos desejos, e ao invés de buscarmos alternativas, nos entregamos à raiva e ao ressentimento.


Essa mentalidade nos leva a criar crenças limitantes, como a ideia de nada dá certo ou que a vida é constantemente difícil. Com o tempo, essas crenças se solidificam em certezas, moldando nossa visão de mundo e nossa própria identidade.


Para nos libertarmos desse ciclo de sofrimento, é preciso um processo de autoconhecimento, ressignificação e abertura para viver mais plenamente o presente. Devemos identificar nossos apegos, questionar nossas crenças limitantes e nos abrir para novas possibilidades. Só assim poderemos nos libertar das amarras do passado e das expectativas futuras e abraçar a vida com mais leveza e autenticidade.

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